Brasil volta a registrar casos de raiva humana e reforça campanha de vacinação de animais.

Os casos de raiva humana voltaram a aumentar no Brasil. Só neste ano, segundo o Ministério da Saúde, duas pessoas já faleceram na Bahia e em Pernambuco – é a primeira vez que a doença volta a crescer no país, desde 1990.

O motivo? Um problema registrado com lotes da vacina em 2010 culminou na morte de dezenas de animais em todo o Brasil, o que fez com que a aderência à vacinação de cães e gatos sofresse uma queda.

Isso levou ao aumento dos casos em animais e ao retorno da raiva humana. No ano passado, foram registrados casos em 11 cães, 8 gatos, 19 morcegos hematófagos (espécies que se alimentam de sangue) e 2 pessoas.


“Os animais domésticos podem ser infectados pela raiva de diversas formas. Os felinos, por exemplo, são caçadores natos e o contato mais íntimo com um animal infectado, como um morcego, pode fazer com que se infectem com o vírus – trazendo perigo para os humanos que convivem com eles”, explica Rosangela Ribeiro, gerente de programas veterinários da Proteção Animal Mundial.

Por isso, é importante que as pessoas se conscientizem sobre vacinar seus animais. “Mesmo que estes vivam em apartamentos altos e telados”, reforça a veterinária.

Por que continuar vacinando?

A vacinação antirrábica anual é obrigatória por lei. Por causa das campanhas de vacinação, o Brasil se tornou referência mundial no combate à doença – os casos diminuíram drasticamente desde a década de 90 e chegaram a zero em 2014.  A vacinação e a guarda responsável de animais erradicaram a doença no país.

Com isso, o Brasil serviu de exemplo para o mundo e mostrou que é possível controlar a raiva de forma humanitária. Infelizmente, em outros países ainda são usados métodos cruéis e ineficientes. Entre eles, o sacrifício de animais de rua.

Para continuar combatendo a doença de forma ética e evitar que animais e humanos sofram por conta da raiva, é importante conscientizar todos brasileiros sobre a necessidade de vacinar seus cães e gatos.


A maioria dos municípios disponibilizam postos de atendimento gratuito que podem ser conferidos online.

Para saber qual é o local mais próximo, datas e horários de vacinação na região, consulte o site da sua prefeitura.

E se um animal te morder?

A raiva é uma doença viral e fatal que afeta somente os mamíferos. A transmissão se dá pela saliva do animal infectado por meio de mordidas, arranhões ou lambidas.

Saiba o que se for atacado por um animal, mesmo se ele estiver vacinado contra a raiva:

  • Lave imediatamente e copiosamente o ferimento com água e sabão;
  • Procure com urgência o Serviço de Saúde mais próximo para avaliação e prescrição de profilaxia antirrábica humana adequada;
  • Nunca agrida o animal. O correto é deixá-lo em observação durante 10 dias, para que se possa identificar qualquer sinal indicativo da raiva e procurar ajuda de um veterinário;
  • O animal deverá receber água e alimentação normalmente e permanecer em um local seguro e adequado, para que não possa fugir ou atacar outras pessoas ou animais;
  • Se o animal adoecer, morrer, desaparecer ou mudar de comportamento, informe imediatamente ao Serviço de Saúde;
  • Nunca interrompa a profilaxia antirrábica humana sem ordens médicas;
  • Quando um animal apresentar comportamento diferente, mesmo que ele não tenha agredido ninguém, não o agrida, não o maltrate e procure o Serviço de Saúde.


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