Esporotricose em gatos e cães é altamente contagiosa para os humanos. Conheça os sintomas, causas e tratamento.


Em diversos locais do Brasil, está ocorrendo uma nova doença altamente transmissível, do PET para o ser humano a esporotricose.

A esporotricose é uma zoonose, ou seja uma doença que pode ser transmitida de animais para pessoas. O agente desta doença é um fungo, que geralmente usa uma ferida na pele como meio perfeito de entrada no organismo.

Esta doença terrível pode afetar diversos animais, incluindo o cachorro e principalmente o gato! Sendo que ela pode ser transmitida ao ser humano, é imprescindível ter alguns cuidados. Por esse motivo, nesse artigo tem tudo o que você precisa saber sobre a esporotricose em cães e gatos: sintomas, causas e tratamento.

Esporotricose em humanos:

A esporotricose é um tipo de micose causada pelo fungo Sporothrix schenckii. Ela pode afetar seres humanos e animais, com sintomas que se manifestam não só na pele, mas também nos vasos linfáticos, pulmões, ossos e articulações.

Em geral, a doença provoca lesões de pele. Essas feridas não são tão severas como aquelas que se manifestam nos gatos. Também não oferecem risco de morte.

Especialistas admitem que a doença hoje, é considerada a maior infecção por animais no mundo. No Brasil a doença também é transmitida pela espécie, exclusiva, Sporothrix brasiliensis. Atualmente, a esporotricose zoonótica já é considerada uma hiperendemia na cidade do Rio de Janeiro. Isso se deve à transmissão pelo contato com felinos doentes que são abandonados ou que vivem nas ruas. Gatos apresentam alto potencial de transmissão, pois os fungos estão presentes em grande quantidade no aparelho respiratório por meio de secreções, e nas lesões cutâneas e de outros tecidos em casos mais graves. 

Formas transmissão da esporotricose em Humanos:

Quando o profissional ou o cuidador tem contato com o gato, por meio de arranhões ou trato respiratório, ou com a pele contaminada, esse indivíduo pode adquirir a esporotricose zoonócia, transmitida por felinos. Não há relatos de transmissão de homem para homem e de cachorro para homem. A maioria dos relatos é de transmissão de gato para homem e de gato para cachorro.

A transmissão pode ocorrer pelo contato com gotículas de secreção respiratória do gato afetado na fase inicial da doença, com a pele sadia, porém contaminada com o fungo, com as lesões no pelo, unhas, olhos, boca e patas, como também por meio de mordeduras ou arranhaduras de gatos enfermos. Esses animais têm o costume de se esfregar e lamber uns nos outros, e esse comportamento colabora para a disseminação da esporotricose - não só entre eles, mas também entre gatos e humanos. 

Entre os principais sintomas de Esporotricose em humanos, vale destacar:

Formas de manifestação de esporotricose em humanos.
Formação de um caroço vermelho na pele, que posteriormente se transforma em ferida;
Os caroços podem se aglomerar e formar pequenas fileiras na pele;

As feridas se concentram principalmente nas regiões dos braços, pernas e rosto;
Dor nas articulações;
Febre.




A Esporotricose pode, facilmente, ser confundida com outras doenças de pele. Por isso é tão importante procurar um médico assim que os primeiros sintomas se manifestarem.

Tratamento em humanos:

O tratamento de Esporotricose humana é realizado com o antifúngico itraconazol, que deve ser receitado por um médico. Somente o profissional da saúde tem condições de informar a dose adequada do medicamento, com base na gravidade do quadro do paciente.

O uso do remédio para esporotricose pode durar meses ou mais de um ano, tudo depende das condições do paciente. Em alguns casos, inclusive, o médico recomenda o tratamento com outros fármacos.

Durante ou depois do tratamento, as pessoas diagnosticadas com esporotricose podem apresentar complicações. Entre elas, vale ressaltar: infecções de pele secundárias, infecção óssea, artrite e problemas pulmonares.

Como prevenir a doença?

Para evitar que a esporotricose se espalhe e contamine outras pessoas, o dono do animal contaminado deve procurar um veterinário e realizar o tratamento. Também é importante isolar o felino e evitar contato direto com a pele lesionada.

Esporotricose felina

A esporotricose, também conhecida por doença da roseira, é causada pelo fungo Sporotrix Schenkii. Este fungo está por todo lado na natureza, por isso não é difícil que o seu pet tenha contacto com ele. Principalmente os gatos que têm acesso ao exterior, podem contactar com este fungo na terra e nos jardins que frequentam.

Este fungo gosta especialmente de lugares quentinhos e úmidos para se reproduzir e é por isso que é mais comum em climas tropicais. A melhor forma de prevenir o aparecimento deste fungo é manter sempre os locais devidamente limpos, especialmente a caixa de areia do seu gato!

É importante referir que, segundo alguns estudos, a transmissão a partir dos gatos para os humanos é mais comum do que a partir dos cachorros. Por vezes, o animal pode não ter a doença mas ser portador do fungo. Por exemplo, se o seu gatinho esteve em contacto direto com este fungo na rua e numa brincadeira lhe fizer um arranhão, pode ser o suficiente para o contaminar. Desinfete rapidamente a ferida!

É muito importante se atentar para estas informações a seguir: quando um gato é diagnosticado com a doença em estágio inicial, é possível que, após longo tratamento, atinja a cura. Todavia, caso o animal morra, ele não pode ser enterrado, deve ser cremado, pois isso propagaria o fungo no meio ambiente.


Esporotricose canina

No cachorro, a esporotricose é considerada rara. Sendo mais comum existirem dermatofitoses causadas por outros agentes, como o Microsporum canis, Microsporum gypseum e o Trichophyton mentagrophytes. De qualquer forma, existem alguns casos relatados e por isso, todos os cuidados são poucos. Tal como nos gatos, a higiene é o mais importante de tudo, tanto para manter o seu cachorro a salgo destes fungos oportunistas, como você mesmo.





Causas da esporotricose

Como já referimos, o que causa a esporotricose é o fungo Sporotrix Schenckii que normalmente, aproveita pequenas lesões ou feridas para entrar no organismo do animal.

Podemos considerar que existem três tipos de esporotricose:

Preparado citológico mostrando células fagocitárias e e numerosas
formas de leveduras intracelulares
Cutânea: nódulos individuais na pele do animal.
Cutâneo-linfática: quando a infeção progride e para além de afetar a pele, atinge o sistema linfático do animal.
Disseminada: quando a doença atinge um estado tão grave que todo o organismo fica afetado.

Sintomas de esporotricose

Ao contrário de outras doenças de pele, as lesões causadas pela esporotricose não costumam causar coceira. Para além dos sintomas típicos, referidos de seguida, os animais podem perder apetite e consequentemente peso.

Sintomas de esporotricose em cães e gatos

Nódulos firmes
Áreas de alopécia (regiões do corpo sem pelo)
Úlceras no tronco, cabeça e orelhas
Para além disso, quando a doença é disseminada, uma série de outros sinais clínicos podem ser apresentados, conforme os sistemas afetados. Desde problemas respiratórios, locomotores e até mesmo gastrointestinais.

Esporotricose - diagnóstico

São necessárias provas de diagnóstico feitas pelo médico veterinário para confirmar que o animal padece de esporotricose. Esta doença pode ser facilmente confundida com outras que apresentem sinais clínicos semelhantes, como a leishmaniose, herpes, etc.

Estes são os meios de diagnóstico mais comuns:

Citologia por esfregaço direto
Impressão
Raspado cutâneo

Por vezes, pode ser necessário fazer uma cultura fúngica e biópsia. Para além disso, não estranhe se o seu médico veterinário precisar realizar várias provas no seu pet. Os exames complementares são extremamente importantes para descartar possíveis diagnósticos diferenciais e, recorde que, sem um correto diagnóstico, as probabilidades do tratamento ser eficaz são muito inferiores.

Esporotricose em gatos e cachorros - tratamento

O tratamento de eleição para este problema é o iodeto de sódio e potássio.

No caso dos gatos, o veterinário terá especial cuidado porque existe um maior risco de ocorrer iodismo como efeito secundário deste tratamento, sendo que o gato pode apresentar:
  • Febre
  • Anorexia
  • Pele ressecada
  • Vômitos
  • Diarreia
  • Outros fármacos podem ser utilizados para ajudar na cicatrização das lesões, como imidazóis e triazóis. 

É importante referir que o uso destes fármacos também pode ter efeitos colaterais como:
  • Anorexia
  • Náuseas
  • Perda de peso

Se o seu pet apresentar qualquer efeito colateral da medicação, você deve contatar de imediato o médico veterinário que está a acompanhar o caso.

Esporotricose tem cura?

Sim, a esporotricose tem cura. Para isso, você deve levar o seu pet à clínica veterinária assim que verificar alguns dos sintomas que referimos anteriormente. Quanto mais depressa for iniciado o tratamento, melhor é o prognóstico.

Prognóstico da esporotricose

O prognóstico desta doença é bom se for identificado a tempo e se fizer um tratamento correto. Podem existir recidivas mas, geralmente, estão associadas a um uso incorreto de medicamentos. Por esse motivos, mais uma vez frisamos, que você jamais deve medicar o seu pet sem a supervisão do veterinário, visto que esse ato pode parecer resolver o problema no momento mas piorar a saúde do seu animal no futuro.

Observações:

1) Mas caso o seu PET morra o ideal é cremá-lo, para que não transmita a doença;
2) NÃO PRECISA SACRIFICAR O SEU PET. Como foi mostrado acima, a doença tem cura.

Este artigo é meramente informativo, não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.
Fonte: Perito Animal; Sociedade Brasileira de Dermatologia 

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